quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Vivemos absortos por padrões herméticos, ecléticos patrões a designar nossas funções segundo o bom grado das monções ... nação despedaçada, gente desesperada.
Nada influi sobre o rumo da embarcação, nada conduz os homens a sua libertação, pois as forças da posição são fortes, tão fortes quanto um furacão a arrastar corpos ... destruição.
Ação e reação rasgam a carne, esfacelam utópicas emoções; transladam a mente para o sempre presente ... ausente ser que não mais sente, ente onipotente a figurar nos quadros de uma exposição permanente.
Verte a fome e a miséria nas verdes terras desta índia, deusa de infinitos frutos e diversos lutos que enegrecem suas artérias, entorpecem as materias pensantes ... um pouco antes da morte silenciosa, surgem vozes para quebrar os grilhões e as correntes, surgem silhuetas a desatar os nós desta densa prisão ... extensa fúria conduz os povos a sua translúcida razão, intensa luta pelos sonhos ... revolução.
Entrelaçam-se mãos na união das forças em comum sensação, em um turbilhão ansioso se vai a massa empurrando as castas contra um paredão rumo à aquilo que fora sua mansão.
Lançam-se tanques sobre pessoas famintas, abrem-se fogos sobre os olhos atônitos, anônimos se curvam frente ao metal mortal, mas o mal é deposto e torna-se oposto, um imposto, um qualquer sem rosto, um esboço.
Esforço infinito, sangue exposto na grama das moradias, seres que surgem diante uma luz, luz a iluminar um novo dia ... despedida

Mar/93

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