sexta-feira, 17 de setembro de 2010

E se eu morresse amanhã?
Teria conseguido dar vida aos meus sonhos ou somente perambulado pelos escombros dos meus pensamentos?
Não sei ao certo o que é certo ou errado, enfim não entendo os homens em suas tarefas diárias, em suas incertas lealdades ... maldades que me fizeram fruto, um largo passo frente os textos acadêmicos; epidêmicos versos que povoam os meus sentimentos.
Lamentamos os vários fingimentos, os sangrentos falecimentos, os cimentos que contornam nossos elementos. Nos tornamos aço em meio as ferragens que soltam no espaço, que saltam sobre nossos passos como cogumelos em busca de orvalho.
Em busca de um orgasmo me vi cercado pelos seres de plástico ... no Ártico foi a pique o meu barco, geladas águas, tristes palavras.
Sinto as fadas em meu encalço, buscam o meu ser e nem mesmo sei aonde estou ... se restou algo além dos vasos ressecados ... palácios feitos de lábios. Lábios de um beijo passado, uma boca ensanguentada que navega a todo vapor pelos corpos em calor.
O bolor se apossa de mim, o tambor toca uma marcha sem fim, os sins são feitos de nãos, mãos que se entrelaçam diante as estrelas da madrugada ... uma vaga de fúria infinita sacode os poros, transforma os povos em uma massa ... uma raça distinta a traçar os caminhos, os desvios, ninhos de felicidade.
Utopia que não tem idade, a feliz idade que nos derrota e ao mesmo tempo mostra que as flores não estão mortas.


Sampoa 21.oct.91

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