Festejamos nas ruas um ato ausente, festejamos nas ruas por esta gente sempre indiferente. Como sempre manipulado, o povo grita o seu desabafo acreditando que os alguéns escutam o seu brado.
De um lado a mesquinha tirania, do outro a mesmice exposta no dia-a-dia ... diante a pia baptismal o homem se redime do mal; em seu regime atual, este mesmo homem tem a sua barriga vazia, tem por sua panela uma latrina e por talheres as mãos vazias.
A verdadeira festa ainda nos espera e será aquela que seremos o prato principal ... o pato do alvo imóvel, de algo móvel que movimenta as engrenagens frias ... imagens não nítidas; malditas teclas de um micro sem vida.
Autômatos, nos os atônitos seguimos neste labutar sem fim, neste imenso esboço de nação, nas garras da corrupção.
Sampa 29-set-1992
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