domingo, 19 de setembro de 2010

Leis e bacharéis decidem o destino de diversos réus sendo que os réis influem na sentença e na benção. Amemo-nos uns aos outros como se fossemos todos iguais, mesmo sabendo que sempre existe um igual mais igual.
Que legal! Nos meandros do ilegal, os homens ditos de bem ditam as regras ... perversas novelas de capítulos sempre banais, de personagens sempre mortais; mas que tudo podem, tudo esta às suas ordens.
A fome é uma mera semelhança, não existindo na tênue realidade. Nas vias expressas da opressão insistem os vaga-lumes a brilhar em meio a estrumes ... em meio aos tapumes que escondem a traição  ... em meio aos enxames que dilaceram a libertação.
Ação, coação, coerção, cooptação ... tudo se exprime na força intrínseca da razão, nas belas teorias que nada fazem a não ser iludir nossa visão, deturpar os olhos e expropriar nossa imensidão.
Somos feitos de palavras esquecidas, de tábuas apodrecidas ... trazemos muitas feridas. Temos que tomar de assalto os lugares mais altos, os tronos e os reis momos, temos que levantar o asfalto para vermos de que fato são feitos os pavimentos ... por onde pissamos e para onde vamos, o que somos?

Sampa 24-set-1992

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